Sobre Caminhada e Introspecção

Caminho cimentado entre árvores de um bosque frondoso com um banco de madeira ao fundo, representando a introspecção durante a caminhada.

A caminhada é um dos exercícios físicos mais flexíveis, pois você não precisa de equipamentos ou de preparação específica, nem mesmo inscrever-se em uma academia: basta uma roupa confortável e tênis apropriados para sair de casa e andar por aí.

Caminhar é uma atividade acessível, independentemente da idade ou condição física. Essa simplicidade e acessibilidade tornam a caminhada uma excelente opção para quem busca incorporar mais atividade física à sua rotina diária.

Também é possível caminhar em qualquer hora do dia, seja na rua, seja em um parque. Fazer determinados trajetos caminhando ao invés de meios de transporte motorizados (carro, ônibus, metrô) abre a possibilidade de descobertas e reflexões.

Lugares que não percebidos em um deslocamento de carro tornam-se novidades em um passeio a pé. A cidade torna-se mais conhecida e mais familiar, como parte importante de nós. Caminhando, é aberta uma oportunidade importante para pensamento e reflexão, principalmente se a caminhada é feita em locais tranquilos ou na natureza. O exercício físico torna-se um momento de introspecção.

Sobre a introspecção dos peripatéticos

Aristóteles e seus alunos tinham por hábito caminhar e conversar durante as aulas, por isso o nome de peripatéticos – aquele que caminha ao redor. Caminhar permite que as ideias fluam com mais facilidade pela mente, estimuladas pelo próprio exercício. Essa prática não apenas facilitava a troca de ideias, mas também promovia um ambiente propício para o pensamento profundo e a reflexão.

Dizem que Santo Tomás de Aquino fazia seus trajetos apenas a pé, em virtude de seus votos religiosos, o que significa que ele teria atravessado a Europa apenas caminhando, considerando que nasceu na região de Nápoles, estudou em Colônia, lecionou em Paris, e por fim faleceu em sua terra natal.

Deve-se ressaltar que Santo Tomás foi o maior estudioso das obras de Aristóteles, tornando-as parte da teologia cristã, através da ligação entre Fé e Razão. Assim como as obras de seu mestre, as obras de Santo Tomás continuam a gerar estudos e debates até os dias de hoje.

A caminhada, além de proporcionar exercício físico e tempo para reflexão, também poderia ter sido uma prática devocional para Santo Tomás, uma maneira de se aproximar de Deus em comunhão com a natureza e como uma forma de expressar sua devoção através da simplicidade e humildade.

Caminhada como meio de introspecção

Caminhar é uma excelente atividade física, tanto pelos seus resultados quanto por suas poucas exigências. Também é uma excelente atividade para mente, especialmente se feita em grupo, pois as conversas tornam-se mais profundas e amplas. Os peripatéticos, seguindo a tradição de Aristóteles, compreendiam a importância das discussões durante as caminhadas para o desenvolvimento do pensamento filosófico e intelectual.

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